CRÓNICA (Antevisão) | Man. United-Inter - para o Destak, Março 2009
Pirata Mourinho vs. Veterano Ferguson Na véspera da segunda-mão uma das eliminatórias mais aguardadas dos últimos tempos, entre Inter de Milão e Manchester United, traçamos um cenário naval para o embate entre José Mourinho e Alex Ferguson, capitão pirata e capitão veterano. O ambiente em torno de uma eliminatória como a que opõe os italianos do Inter de Milão aos ingleses do Manchester United é simplesmente contagiante e inspirador, como poucas coisas o são na sociedade actual. Na história da vida humana vários foram os momentos inspiradores para nações, povos, ou meros grupos de homens que ficaram na memória das massas, ou por serem histórias tocantes, batalhas magnânimes, ou acordos históricos. Hoje em dia é comum falar-se numa realidade com menos motivos de verdadeira inspiração, em que os cidadãos estão mais alheados do seu papel enquanto tal. É nesse contexto que existe e continua a crescer o desporto-rei, o futebol. Um simples jogo de entretenimento mas que aglomera todas essas paixões e inspirações que já não são tão manifestadas na política ou nas batalhas de outrora.. Português vs. escocês Não é de estranhar, assim, que uma partida de futebol no Velho Continente, na chamada Liga dos Campeões tenha tantos motivos de interesse e de exaltação como aqueles que verificámos em Milão, há duas semanas atrás, e que tem a sua batalha (etapa) final agendada para amanhã à noite, em Manchester. No topo deste confronto, cuja paixão vai bem para além de Itália e Inglaterra, estão dois líderes natos, o escocês Alex Ferguson e o português José Mourinho. Tal como nos momentos inspiradores da história humana (sejam eles sanguinários ou não) têm sempre de existir heróis e, no fim, só poderá haver um vencedor. Só amanhã se saberá quem se conseguiu manter à tona da água e quem naufragou. Certo é que o veterano escocês e o ambicioso português são capitães de dois navios com estilos diferentes, mas repletos de artilharia pesada que estará pronta para disparar no encontro decisivo, depois do empate sem “mossas” (golos) da primeira parte da batalha. O português é o capitão pirata, ambicioso e sedento de ouro (títulos), jovem e rebelde. O escocês é o capitão da experiência, que procura impor os seus pergaminhos depois de ter sido surpreendido há cinco anos atrás, neste mesmo lugar, Old Trafford, e nesta mesma prova pelo jovem pirata. Na altura o jovem capitão tinha um navio (FC Porto) com menos artilharia, mas mais organização mecânica. A vitória foi saboreada nos últimos instantes da batalha, num golpe fatal de um dos bucaneiros menos prováveis, chamado Costinha.. Os bucaneiros Ibra e Cris Zlatan Ibrahimovic e Cristiano Ronaldo são os nomes dos homens de quem mais se espera resultados no Teatro dos Sonhos de Old Trafford. Como talentosos, ambiciosos e determinados bucaneiros que são, é no sueco e no português que estarão todos os olhos no início da partida que estará dependente de detalhes ou até de heróis improváveis, e pode durar mais do que 120 minutos. A “embarcação” United já poderá contar com o imponente defensor sérvio Vidic, que estará ao lado do destemido inglês Rio Ferdinand – ambos bucaneiros bem altos e importantes nos arremessos de longo alcance (lances de bola parada). Do lado da “embarcação” Inter, de Milão, existem problemas com lesões nos flancos defensivos. O capitão Mourinho deve apostar no argentino recuperado à última da hora, Samuel, e no colombiano de baixa estatura Ivan Córdoba. Garrafa de vinho sela a batalha Será uma batalha de titãs, entre capitães que se conhecem muito bem. Apesar do capitão pirata José Mourinho ter um historial francamente positivo nos confrontos directos (nos tempos que comandava os portuenses do FC Porto e os ingleses do Chelsea) frente ao escocês Ferguson, tudo pode acontecer num jogo em que «quem gerir melhor a pressão, ganha», segundo vaticinou hoje o capitão pirata. A culminar um saboroso embate europeu, estará uma garrafa de vinho que o capitão português e o capitão escocês irão partilhar no final da batalha. |
Fotografia por João Tomé. Fevereiro de 2009, San Siro, Milão.
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